Voz do MS

Economia

Crise? Construtoras e concessionárias têm fila de espera

Redação
Renato Araújo/Arquivo/Agência Brasil
Veja quais segmentos estão consumindo como nunca produtos de grande valor agregado

Mesmo com a pandemia de Covid-19, diversos setores registraram aumento nas vendas e continuaram a crescer durante a crise. Concessionárias e construtoras imobiliárias tiveram “boom” nas vendas, que resulta em fila de espera para alguns produtos em Campo Grande.

A compra de veículos zero-quilômetro, principalmente de alguns modelos de caminhonete e picape, enfrenta espera, o que tem levado empresas a pedirem de 90 a 150 dias de prazo aos consumidores.

“Hoje, o mercado de veículos está aquecido, mesmo com a pandemia, o nosso público não foi afetado pela crise. Muitos dos nossos clientes são produtores rurais, o agronegócio não parou, pelo contrário, registrou recordes no ano passado. Mesmo na pandemia, o mercado de veículos continua em expansão, veículos como picapes e Hilux estão com fila de espera que varia de 90 a 150 dias, por conta da alta demanda”, explicou o gerente de vendas Leandro Mantovani.

Além do agronegócio, parte do serviço público com alta renda também tem garantido o movimento das concessionárias e construtoras.

O gerente de vendas destaca que, por conta da pandemia, as montadoras interromperam a produção de carros, o que reduziu a quantidade de unidades disponíveis para venda. Ao mesmo tempo, a demanda não caiu, agravando a situação, o que exige ainda mais paciência por parte do consumidor.

“Vários produtos passaram a ter fila de espera, até mesmo  veículos de passeio, alguns modelos específicos, o que eu recebo, vendo em questão de horas o que está no estoque”, pontuou ao Correio do Estado.

E o mesmo acontece com o mercado imobiliário, segundo dados do Sindicato dos Corretores de Imóveis de MS (Sindimóveis-MS), de abril a setembro do ano passado, foi registrado um aumento de 39% na comercialização de imóveis em Mato Grosso do Sul.

“O ano passado foi muito positivo para o setor imobiliário. No início da pandemia, muitas incorporadoras desaceleraram e tivemos muitas dúvidas de quais impactos teríamos, porém, só melhorou e continuamos com muita demanda”, explicou o presidente do Sindimóveis-MS, João Araújo.

O mercado imobiliário surpreendeu e as vendas foram maiores do que o esperado em meio à crise, também registrando fila de espera para alguns empreendimentos.

“As incorporadoras e os loteamentos estão lançando vários produtos, já tivemos várias vendas neste ano e algumas novidades vão impulsionar ainda mais o mercado”, afirmou Araújo.

OUTRO LADO

A pandemia do coronavírus vem mostrando como trabalhadores informais acabam sendo os mais afetados, tanto pelo aspecto da saúde como pelo lado econômico.

Conforme o doutor em Economia Michel Constantino, o País possui pelo menos 50 milhões de pessoas ainda na informalidade, porém, mesmo com a crise em todo o País, diversos segmentos continuam em expansão, balanceando a cadeia produtiva.

“Alguns setores estão funcionando muito bem, independentemente da crise, as pessoas que possuem maior poder aquisitivo estão investindo neste momento. Se formos analisar, há pessoas que continuam ganhando dinheiro do mesmo jeito, mesmo com a situação que o País atravessa. A economia funciona assim, temos pessoas mais ricas e outras que ainda dependem de benefícios como o auxílio emergencial para suprir necessidades básicas”, destacou o economista.

Em decorrência do agravamento da pandemia em todo o País, foi criado o auxílio emergencial e o governo se prepara para promover uma nova rodada do benefício.

O programa foi a principal ou única renda de cerca de 860 mil beneficiários em Mato Grosso do Sul. Segundo a Caixa, foram R$ 3,5 bilhões disponibilizados para a população do Estado.

Via Correio do Estado

Comentários

Últimas notícias