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Criolo prega amor, exalta jovem e rap em Festival de Corumbá

Redação

[Via Correio do Estado]

Ontem (25) o paulistano Criolo fez show em Corumbá (MS), um canto do Brasil onde não havia passado. Pregou o amor, pediu mais ouvidos para o que os jovens dizem, defendeu o rap e chamou um levante contra as formas de preconceito e o genocídio.

Atração principal da segunda noite musical do Festival América do Sul, ele encontrou na Praça Generoso Ponce público diferente do que tem visto nos shows em outras regiões. Notou, especialmente, famílias juntas. Dirigindo-se a elas, falou que o rap também é mensagem positiva e que é preciso escutar o que os mais novos estão dizendo.

A maioria jovem estava lá na frente, enérgica com a interação de Criolo e com as rimas na ponta da língua. No meio dela, o estudante corumbaense Rafael Lins, 18 anos. “Eu sou muito fã dele, desde menor, gosto do samba ao rap. As músicas são minha inspiração na escola, na minha educação em casa. Elas têm argumentos que eu posso levar pra minha vida”, falou. Rafael assistiu ao show com a irmã e a namorada.

Funcionária pública do quadro da Polícia Federal do Pará, Cristina Oliveira, 54 anos, está em Corumbá, porém sem a família, e a trabalho. Ela aproveitou uma folga para conhecer o artista que os filhos gostam. “Meus dois filhos escutam rap, mas eu achava algumas letras muito pesadas e nunca escutei. Ele mudou essa minha visão, agora. Isso sobre o amor que ele falou e muitas coisas nas letras das músicas, é tudo verdade”.

O show “Ainda Há Tempo”, apresentado por Criolo, foi atração pedida pelos corumbaenses em audiência pública sobre o Festival, realizada no ano passado. Cerca de 10 mil pessoas estiveram presentes, estimou a Polícia Militar.

ENTRE PAÍSES
O rapper também lembrou ao público que a celebração entre países da América do Sul proposta pelo festival do qual participavam na cidade, precisava reverberar pelo ano inteiro. “Não adianta celebrar só no festival e, no restante do ano, ter preconceito com o irmãozinho do outro país,”, provocou entre uma música e outra.

Como estava em Mato Grosso do Sul, lugar onde vive a segunda maior população indígena do país, não deixou de falar daquele povo. “Os donos originários de toda a terra”. Pediu respeito e o fim do preconceito. O show de Criolo, inclusive, começou depois da apresentação dos rappers guarani-kaiowá Brô MC’s, que vivem em aldeias de Dourados (MS).

O Festival América do Sul termina amanhã. Confira a programação aqui.

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