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Comércio e serviços voltam a puxar a geração de empregos

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Setores duramente afetados pela pandemia em 2020 lideraram contratações neste ano

Os setores de comércio e de serviços reassumiram, no mês de novembro, o protagonismo que sempre tiveram ao longo da última década no mercado de trabalho de Mato Grosso do Sul.

Se no ano em que surgiu a pandemia de Covid-19 eles sucumbiram às medidas de restrição de circulação de pessoas, agora eles voltaram a puxar o mercado de trabalho local, sendo responsáveis por mais da metade da mão de obra no Estado, conforme os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho.

Mato Grosso do Sul chegou ao fim de novembro com um total de 563.642 pessoas trabalhando com carteira assinada.

Dessas, 352.582 trabalham no setor de serviços (210.816) ou no comércio (142.766).

Os outros 210.060 trabalhadores do Estado estão empregados na indústria, na agropecuária e na construção civil, nesta ordem de volume.

Ao longo do ano, foram gerados 40.387 empregos no Estado, sendo 16.542 no setor de serviços e outros 11.190 no comércio.

Especialmente no mês de novembro, foram criados 2.206 postos de trabalho em Mato Grosso do Sul, com destaque para o comércio, responsável por 1.682 novas vagas de emprego.

No mês passado, indústria (-86) e agropecuária (-125) tiveram desempenho negativo no Estado.

No acumulado dos primeiros 11 meses de deste ano, a indústria foi responsável por 4.457 empregos, e a agropecuária, por 3.811.

Juntas, elas geraram menos vagas que o comércio e, se somadas às 4.387 vagas no setor da construção civil abertas no ano, ainda ficam atrás dos 16.542 postos abertos no setor de serviços.

CAPITAL

O desempenho do mercado de trabalho de Campo Grande ajuda a explicar a guinada do Estado para os setores de comércio e serviços, em que a Capital é forte.

Das 16.542 vagas geradas pelo setor de serviços, praticamente a metade delas (8.102) foi criada na maior cidade do Estado.

No comércio a situação é semelhante, com a Capital gerando 4.327 novos postos de trabalho, pouco menos da metade do saldo de MS (11.190).

Em outros setores, porém, o desempenho de Campo Grande é bem menos representativo.

Das 4.547 vagas geradas na indústria nos primeiros 11 meses deste ano, somente 645 foram na Capital, enquanto das 3.811 vagas da agropecuária, 110 foram na cidade.

Na construção civil, foram geradas na Cidade Morena 1.827 das 4.387 vagas.

Para o doutor em Economia Michel Constantino, o comércio surpreende no resultado mais recente do Caged.

“Mostra que as expectativas dos comerciantes estão bem positivas”, analisa. Segundo ele, pode até mesmo haver uma multiplicação de vagas no setor. “Com isso, o efeito é contratar mais”, acrescenta.

OUTRA REALIDADE

Se neste ano a indústria vem, praticamente, mantendo as mesmas vagas de 2020, no ano passado, quando a pandemia paralisou o setor de serviços e trouxe uma grande dificuldade para o comércio, foi ela quem “segurou” o mercado de trabalho no Estado.

Do saldo mais tímido de empregos gerados em 2020 (6.354), a indústria contribuiu com um saldo de 6.953 vagas na época.

O desempenho negativo naquele ano de serviços (-1.197 vagas), construção (-240) e agropecuária (-217) derrubou o mercado. Em 2020, o comércio, ainda que de uma forma mais tímida, contribuiu positivamente com 2.055 novos empregos.

INTERIOR

O Caged também mostra o desempenho do mercado de trabalho nas cidades do interior de Mato Grosso do Sul.

Em Dourados, segunda cidade com mais trabalhadores em Mato Grosso do Sul, há 62.129 pessoas empregadas. No ano passado, havia 57.755 trabalhadores com carteira assinada.

Três Lagoas tem um estoque de 35.814 trabalhadores. Lá, ao contrário da Capital, a indústria é expressiva e contribuiu com 1.445 postos de trabalho para um saldo de 2.812 vagas no ano.

No ano passado, o estoque da cidade era de 33.002 empregos.

Corumbá tem um estoque de 16.227 empregos, ante 14.280 no ano passado. Ponta Porã vem em seguida, com 13.075 trabalhadores registrados.

No ano passado, a cidade de fronteira tinha 11.964 pessoas empregadas.

Via Correio do Estado MS

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