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Comércio de MS ganhou 1,8 mil lojas, mas reduziu funcionários em 2020

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Pesquisa aponta que, no primeiro ano de pandemia, restrições impactaram no comércio do Estado

Em 2020, primeiro ano de pandemia, Mato Grosso do Sul registrou aumento de 9,9% nas empresas comerciais, na contramão do País, que teve mais fechamento do que abertura de empresas.

Os dados fazem parte da Pesquisa Anual de Comércio (PAC), divulgada hoje (17) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Conforme a pesquisa, o número de lojas de comércio em Mato Grosso do Sul era de 20.326 em 2020, enquanto em 2019 havia 18.479 empresas, o que indica um aumento de 1.847 lojas de um ano para o outro.

A maioria das empresas é do comércio varejista, sendo 15.367 unidades. Há ainda 2.238 lojas no comércio de veículos, peças e motocicletas e 2.721 unidades de comércio por atacado.

Apesar do resultado positivo no número de empresas, houve redução no quantitativo de funcionários.

Entre 2019 e 2020, o comércio do Estado perdeu 1.519 trabalhadores (1,1%).

Segundo o IBGE, essa redução foi motivada pelos impactos das restrições da pandemia de Covid-19.

“Todos esseos estabelecimentos onde a venda presencial é muito importante para experimentar a mercadoria sentiram os efeitos da pandemia de forma mais acentuada nesse primeiro ano”, explicou a gerente de Análise Estrutural do IBGE, Synthia Santana.

Com as lojas fechadas ou atendendo de forma diferente, via on-line, drive-thru ou com restrições devido ao isolamento social, muitas empresas dispensaram funcionários.

No Estado, o comércio empregou 134.348 pessoas em 2020, sendo 73,4% no comércio varejista, 15,1% no comércio por atacado e 11,4% no comércio de veículos peças e motociclistas.

O varejo, segmento que mais emprega os trabalhadores da área comercial, teve redução de 2,9% em sua ocupação.

Já o setor de comércio por atacado obteve avanço de 11,1%, apresentando 20.327 pessoas ocupadas em 2020, mantendo-se como o segundo setor que mais emprega, seguido pelo comércio de veículos, peças e motocicletas onde houve queda de 3,7%, ficando com 15.416 pessoas ocupadas.

Segundo Synthia, o atacado foi o setor mais resiliente no primeiro ano de pandemia e teve resultados positivos em quase todos os estados,

“As exportadoras, por negociarem diretamente com outras empresas ou entidades, fazem parte do atacado. O fato de, em 2020, o comércio internacional ter apresentado um comportamento mais expressivo também eleva o setor atacadista a resultados que divergem um pouco do que foi exibido pelo varejo, que teve queda no número de empresas e de pessoas ocupadas”, afirma.

No ranking nacional, Mato Grosso do Sul ficou no 15º lugar entre os estado com mais pessoas ocupadas, mantendo a mesma posição do ano anterior.

Pagamento de salários

Em 2020, as empresas comerciais de Mato Grosso do Sul pagaram R$ 3,1 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações.

O montante representa uma queda de 0,7% na comparação com 2019.

O comércio varejista pagou R$ 1,9 bilhão de remunerações em 2020, enquanto o segmento atacadista destinou R$ 299,4 milhões em remunerações, e o comércio de veículos, R$ 267 milhões.

Receita bruta

Mesmo na pandemia, no ano de 2020, o comércio em Mato Grosso do Sul obteve os maiores valores de receita bruta da história local, com R$ 84,5 bilhões de receita operacional bruta.

O valor representa um aumento de 20% em relação a 2019.

Do montante total de 2020, R$ 43,5 bilhões (51,5%) vieram do comércio por atacado, R$ 33,2 bilhões (39,3%) do comércio varejista e R$ 7,7 bilhões (9,1%) do comércio de veículos, peças e motocicletas.

A margem do comércio, definida pela diferença entre a receita líquida de revenda e o custo de mercadorias vendidas, o valor foi de R$ 14,2 bilhões em 2020.

Houve um aumento de 9,7% em relação a 2019, quando a margem era de R$ 13 bilhões.

Brasil

No País, no primeiro ano da pandemia, o comércio brasileiro perdeu 4% de sua ocupação, 7,4% das empresas e 7% das lojas.

Dos 404,1 mil trabalhadores que saíram do setor, 90,4% estavam empregados no varejo.

Nesse segmento, apenas duas atividades, consideradas serviços essenciais durante a crise sanitária, tiveram incremento de pessoal: a de hipermercados e supermercados e a de produtos farmacêuticos, perfumaria, cosméticos e artigos médicos, ópticos e ortopédicos.

Foi a maior queda na ocupação do comércio, no intervalo de um ano, desde o início da série histórica da pesquisa, em 2007.

Também houve queda recorde do número de trabalhadores em dois dos três grandes segmentos do comércio: – 4,8%, no setor varejista, que emprega 73,7% dos trabalhadores do comércio, e -8,5% no segmento de veículos, peças e motocicletas.

Via Correio do Estado MS
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