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Saúde

Com reforma e ampliação, Hospital Regional deverá ter mais 40 leitos

Redação

[Via Correio do Estado]

A Secretaria de Estado de Saúde (SES) planeja, para o início do ano que vem, o lançamento da licitação para construção da ampliação do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul (HRMS) Rosa Pedrossian. O Centro de Reabilitação e Readaptação Estadual (Crer) terá 40 leitos, dez deles de unidade de terapia intensiva (UTI), que custarão R$ 22,2 milhões, provenientes do Ministério da Saúde.

Porém, apesar da ampliação, no ano passado o hospital chegou a fechar dez leitos de UTI por falta de recursos humanos e materiais. Para apurar o fechamento dessas vagas, o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) abriu uma investigação sobre o caso e ingressou com ação civil pública contra o governo do Estado e o hospital, com intuito de reativar os leitos.

Durante as investigações, quatro dos dez leitos que estavam fechados foram reativados. Cinco permaneceram inutilizáveis mesmo após um ano e seis meses do início do processo. Essas vagas foram reabertas na semana passada, com a ajuda do município.

De acordo com o titular da SES, Geraldo Resende, o secretário municipal de Saúde de Campo Grande, José Mauro de Castro Filho, cedeu alguns servidores para atuarem no Hospital Regional, o que ajudou na reabertura desses leitos. A unidade necessitava de quatro médicos intensivistas, 17 médicos de enfermagem, três fisioterapeutas e três enfermeiros. A contratação havia sido determinada pelo MP. No total, nove, dos dez que estavam desativados, voltaram a funcionar.

MAIS LEITOS

Paralelo à falta de pessoal e de recursos, o projeto do Crer prevê a construção de uma área de 10.462,51 m² para abrigar ambulatórios, centro cirúrgico, área de ensino/pesquisa, área de reabilitação, almoxarifado, farmácia, enfermarias e UTI adulto.

O dinheiro vem de um convênio com o Ministério da Saúde de 2015 (R$ 8,8 milhões) e o restante de proposta feita em 2019 (R$ 13,4 milhões). O secretário não soube confirmar a data para o lançamento do edital, mas prometeu que o entregará funcionando até o fim de sua gestão, em 2022.

Além desta obra, também estão nos planos a reforma de 21.609 m², que engloba o setor de hemodiálise, UTI pediátrica, enfermaria pediátrica, centro cirúrgico, enfermaria do 8º andar e pintura da fachada. Serão R$ 13,6 milhões destinados para essas intervenções (R$ 8,9 milhões do Ministério da Saúde e R$ 4,7 milhões de contrapartida do Estado).

O secretário afirmou que “algumas obras já estão licitadas, outras em processo de licitação e algumas estamos criando os projetos, mas esperamos entregar todas até o final da nossa gestão, em 2022”, declarou Resende. Além disso, serão investidos mais R$ 19 milhões para compra de equipamentos.

MEDICAMENTOS

A nova diretoria do Regional tomou posse oficialmente ontem, porém, já havia confirmação da mudança desde o fim de semana. A diretora Rosana Leite, que assumiu no lugar de Márcio Eduardo de Souza Pereira após sua adesão ao Programa de Desligamento Voluntário (PDV), prometeu que vai rever os processos de compra de medicamentos do centro médico, que são lentos e atrapalham o andamento da unidade.

“A emergência está com os seus problemas, a questão dos leitos também, então várias situações no nosso hospital requerem esse olhar. Mas o que está mesmo emperrando muito são nossos processos de compra. Tem alguns setores com falta de insumos, como o secretário nos disse, os processos de compra são um tanto morosos. Então, nós temos, sim, que rever todos os processos dentro da legalidade, para dar mais celeridade a isso”, disse Rosana, ao ser questionada sobre o setor que mais precisa de atenção.

A diretora não quis dar um prazo para que a situação da medicação seja resolvida, mas afirmou que a unidade hospitalar tem urgência na solução desses problemas. Ela também disse que, pelo que já foi passado, o Regional tem falta de funcionários, mas ela não soube dizer qual setor mais afetado, nem os profissionais necessários ou como vai resolver a questão.

Sobre o atraso na compra de remédios, Resende afirmou que uma das dificuldades enfrentadas tem sido a Lei nº 8.666, conhecida como Lei de Licitações e Contratos da Administração Pública. “Ela dificulta, e muito, a aquisição de medicamentos. Nós queremos dar agilidade. Inclusive, vamos reforçar essa área”.

A nova gestora afirmou também que dará continuidade ao trabalho do colega e ex-diretor e pregou que o hospital precisa valorizar o “corpo clínico assistencial que está extremamente desmotivado”.

“Principalmente o pessoal da enfermagem, dos médicos, todos que trabalham aqui no hospital, porque eles trabalham muito. Nós temos um corpo de excelência, mas nós temos observado um absenteísmo muito grande, profissionais da área de saúde estão doentes”, alertou a médica, que é funcionária concursada e também professora da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).

A nova administração toma posse logo após o juiz David de Oliveira Gomes Filho, da 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, determinar que o Hospital Regional seja investigado para apurar se houve improbidade administrativa, omissão de socorro e crime dos gestores públicos pela morte de 1.140 pessoas. De acordo com informações cedidas pelo próprio hospital, aproximadamente 115 pessoas que estavam doentes e morreram tinham menos de 40 anos. Sobre a investigação, a nova diretora afirmou não ver “problema algum”. “Como nós vivemos em um país democrático, de direito, nós temos que obedecer às leis e isso é lícito”, disse Rosana Leite.

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