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Com contribuição de Tite, CBF abrirá escolinhas para formações de novos talentos

Redação

[Via Correio do Estado]

A permanência de Tite na seleção brasileira, a ser decidida num prazo de dez dias, terá influência sobre processos que extrapolam o ciclo de quatro anos da Copa do Mundo de 2022. Em seus primeiros anos de trabalho, o treinador se tornou parte fundamental de um projeto coordenado pelo departamento de desenvolvimento técnico e responsabilidade social da CBF. A entidade tem dado os primeiros passos rumo à criação de um sistema de escolinhas de futebol, cuja metodologia foi montada com a participação direta do técnico. As informações são da revista Época.

A primeira unidade foi inaugurada pela confederação no fim do ano passado em Ribeirão Pires, no interior de São Paulo. Cerca de 200 estudantes da rede municipal, na faixa etária entre seis e 13 anos, estudam e jogam bola no local. O negócio funciona como uma tríade. A CBF é responsável por fornecer a metodologia de treinamento e monitorar o desenvolvimento das crianças. A prefeitura entra com infraestrutura, e o patrocinador privado, World Trade Center (WTC), financia a compra de materiais esportivos e alimentação.

Tite ajudou a formular a metodologia de treinamento dessas crianças – tanto que um dos capítulos de seu manual foi dedicado às filosofias do técnico sobre futebol. Também foram preparados capítulos sobre modelos de jogo defensivos (marcações individual, por zona, mista e por zona pressionante) e ofensivos (ataques posicional, rápido e contra-ataque). A ideia é que as crianças tenham acesso desde cedo a um arcabouço teórico, padronizado, que mais tarde será útil para aquelas que ingressarem no futebol profissional.

“A grande maioria de quem pratica futebol não chega até a alta performance, então este é um projeto com viés socioeducacional. Mas as crianças que tiverem aptidão certamente terão a oportunidade de seguir carreira em algum clube", explica Diogo Cristiano Netto, gerente do departamento responsável pelo projeto, em entrevista concedida a ÉPOCA em Moscou. O dirigente e a reportagem acompanharam evento promovido pela Fifa, intitulado Football for Friendship, às vésperas do início da Copa na Rússia, ao qual países do mundo inteiro mandaram crianças para jogar bola.

A CBF espera inaugurar 12 novas escolinhas no próximo ano. A próxima tende a ser aberta na cidade de Barueri, também no interior de São Paulo, onde a confederação tem conversas adiantadas com prefeitura local e potencial patrocinador. Também existem tratativas para que cinco unidades sejam abertas na região de Foz do Iguaçu, no interior do Paraná. O modelo do negócio é sempre o mesmo. O projeto avança conforme a entidade firma parcerias com prefeituras e patrocinadores para bancar os custos operacionais.

O modelo é diferente daquele usado por referências europeias, como Alemanha e França. Nesses países, as federações investiram na construção de academias próprias de formação de jogadores de futebol. "Estive na Alemanha em 2013 para entender o projeto deles. Tem algumas semelhanças, mas lá as academias reúnem os jogadores e os clubes vão até elas para buscá-los. Não é o foco da CBF. Nosso foco é atender escolas de futebol em parcerias com prefeituras, e os clubes podem ir até elas fazer convites", afirma Netto.

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