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Bolsonaro exonera general de Corumbá do Esporte

Redação

[Via Correio do Estado]

O Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira (18), publica a exoneração do general Marco Aurélio Costa Vieira do cargo de secretário especial do Esporte, área agora vinculada ao Ministério da Cidadania, comandado pelo ministro Osmar Terra. O nome do novo titular não foi publicado no DOU. Nascido em Corumbá, ele era o terceiro sul-mato-grossense a integrar o primeiro escalação da gestão

Nos bastidores, há especulações de que a saída do general Vieira seria necessária para dar lugar ao MDB, com a nomeação de João Manoel Santos Souza, do Maranhão, que seria ligado ao ex-presidente José Sarney. Santos Souza é filho do ex-senador João Alberto, que hoje preside o MDB maranhense. Osmar Terra também é do MDB.

Na semana passada, o ministro Osmar Terra tentou minimizar as especulações e disse que "por enquanto" não haveria mudança. "Precisamos botar o bloco na rua. Nossa dificuldade é juntar três ministérios em um e fazer funcionar lá na ponta. Não tem de ficar mudando secretários. Tem é de fazer eles trabalharem e todos estão", afirmou, reconhecendo, no entanto, que "há um jogo de interesses, de bastidores", sem especificá-los.

O general Marco Aurélio Vieira esteve reunido com o presidente no último dia 8, sem a presença do ministro. Osmar Terra, por sua vez, esteve com Bolsonaro no final da tarde do mesmo dia. "Ele tinha uns assuntos dele, específicos, para tratar com o presidente", desconversou o ministro na ocasião.

As mudanças na pasta começaram a ser discutidas no contexto da ampliação da base partidária do governo no Congresso, no momento em que o Palácio do Planalto tenta conseguir os votos necessários para a aprovação da proposta de reforma da Previdência.

HISTÓRICO

Confirmado no cargo no dia 3 de janeiro, Marco Aurélio foi diretor-executivo de operações dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016, além de ter participado do planejamento e da execução do revezamento da tocha olímpica pelas cinco regiões brasileiras.

O corumbaense está na reserva desde 2002.

Formado em Educação Física pelas Forças Armadas, o general foi paraquedista, técnico de pentlato moderno e representou o antigo Mato Grosso unificado em competições de natação e pólo aquático. Foi diretor de Educação Superior do Exército entre 2009 a 2012

Chegou a ser considerado um dos melhores atletas nas modalidades da Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), em 1973, cotado para representar o País nas Olimpíadas de 1976 (em Montreal, no Canadá). Deixou a equipe militar em 1977, após os Jogos.

Desde a aposentadoria trabalha também como consultor em organização e segurança de eventos esportivos, prestando consultoria para as gestores de algumas das modernas arenas de futebol inauguradas nos últimos anos.

Além dele, dois ministros de Bolsonaro também são do Estado: os responsáveis pelas pastas de Agricultura, Tereza Cristina, e Saúde, Luiz Henrique Mandetta.

No início de novembro, a revista "Época" apontou Vieira como alguém que poderia ser a primeira 'pedra no sapato' de Bolsonaro. A publicação afirmou que o general seria "peça central" (ao lado do vice eleito general Mourão) em esquema fraudulento. O material, relatado em dossiê de 1.452 páginas, mostra possíveis irregularidades na contratação de um Simulador de Apoio de Fogo (Safo) pelo Exército.

Não é a primeira vez que um ex-militar assume um alto cargo no esporte brasileiro. Sylvio de Magalhães Padilha (1909-2002) foi presidente do Comitê Olímpico Brasieiro (COB) de 1963 a 1988.

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