Voz do MS

Geral

Após alta do combustível, preços do frete se mantêm estáveis em MS

jornalismo@vozdoms.com.br

Boletim do Conab aponta entressafra como principal fator para estabilização dos preços

Apesar de subir fortemente desde o começo do ano em MS, o frete de mercadores não mostrou aumento significativo no comparativo de abril e maio.

Segundo o boletim logístico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o mês de maio foi de entressafra do mercado de frete, uma vez que a demanda por serviços de transporte foi menor, comparado aos meses anteriores.

“A redução de preços constatada a partir de abril, devido ao fim da colheita da soja perdurou até meados de maio, quando foi observada uma certa instabilidade nos preços praticados, uma vez que em algumas rotas pesquisadas ocorreram aumentos, enquanto em outras, as variações ficaram muito próximas da estabilidade”, informou o relatório.

Entretanto, algumas praças apresentaram altas de até 54% no preço do frete só em 2022. É o caso da rota de Maracaju até Porto Murtinho.

Em janeiro, o preço médio era praticado na casa dos R$ 50,00 a tonelada, em maio esse valor tinha subido para R$ 77,00.

Outras rotas com altas significativas foram São Gabriel do Oeste para o porto de Santos (43%) e Caarapó para Maringá (36%).

Pesquisa de preços semanal da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP),o diesel é comercializado ao preço médio de R$ 7,24 o litro em MS e o preço máximo de R$ 7,98.

Essa alta nos custos e o pouco reajuste no preço pago aos transportadores têm tirado profissionais do mercado.

Mercado em baixa

Esse é o caso de Adriano Basso. O empresário era proprietário de uma pequena transportadora e, há cerca de trinta dias, não faz mais frete nenhum.

“Coloquei à venda os caminhões. Não tem condições de trabalhar com esse preço do combustível que está aí. O frete está horrível e o valor não acompanha”.

“As transportadoras muito grandes têm frete barato pelo volume de caminhão, eles têm linha de crédito com juros muito baixo, recurso do BNDES, nós que somos menores não conseguimos acompanhar”, lamenta.

Diretor-presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística de Mato Grosso do Sul (SETLOG-MS), Claudio Cavol, comenta que as planilhas de gastos do setor são pressionados pelo preço do insumo e posteriormente a pressão aparece nos produtos relacionados ao serviço.

“Na nossa planilha de custos o maior gasto é de 35% a 40% em cima do diesel, o restante sobem de acordo com o combustível”.

“Por exemplo, se o diesel subir 15%, imediatamente vemos o principal gasto aumentar, mas o mesmo não acontece nos insumos como pneus, manutenção, peças e outros produtos”.

“Essa alta [do combustível] só aparece 40  dias depois, que é o tempo de ser repassada para os demais produtos”, explica.

Segundo o presidente do Sindicato de Trabalhadores do Transporte de Cargas de Mato Grosso do Sul (Sindicargas-MS), Gilmar Ribeiro, a alta força profissionais a pararem em períodos como este.

“Com a alta do combustível o transportador é prejudicado, e atrelado ao valor do frete estão despesa de folha, manutenção, diesel, altas de produtos e insumos. O transportador que tiver condição, ele vai parar o caminhão se estiver perdendo dinheiro e isso faz as empresas demitir”, finaliza.

Via Correio do Estado MS

Comentários

Últimas notícias