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Saúde

Ainda em greve, médicos querem pagamento de todos os profissionais

Redação

[Via Correio do Estado]

Os médicos da Santa Casa de Campo Grande decidiram manter a paralisação parcial dos atendimentos até que todos os profissionais tenham o pagamento regularizado. O presidente da Associação dos Médicos da Santa Casa de Campo Grande (Amesc/CG), Alex Cunha Alonso, informou que apenas uma categoria, a dos médicos celetistas, teve a remuneração depositada na noite de ontem (17).

“Está tudo igual, não vamos acabar com a manifestação até que todo mundo tenha recebido. Não vai mudar nada. A direção do hospital também não falou nada. Os celetistas receberam o salário de novembro, mas nada do 13° ainda (que pode ser pago integralmente até o dia 20 de dezembro). E alguns médicos autônomos e pessoa jurídica (PJ) estão com atrasos desde julho”.

Enquanto aproximadamente 1 mil médicos estão com 13° e demais pagamentos em atraso, que de acordo com a Asmec em alguns casos chega a cinco meses, a Justiça do Trabalho bloqueou R$2.692.942,87 de uma das contas do hospital. Informação apurada pelo Correio do Estado aponta que o pagamento dos profissionais foi efetuado com quantia que a Santa Casa já tinha disponível e não foi necessário utilizar o recurso depositado as pressas pela prefeitura.

Ontem a Santa Casa informou que o valor de R$ 2 milhões depositado pela Secretaria Municipal de Saúde Pública (Sesau) usado para quitar os salários dos médicos celetistas. Para chegar ao montante de R$ 2,6 milhões o hospital alegou ter usado valor repassado por convênio, pago por serviços prestados.

Porém, de acordo com o Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região (TRT/MS), o juiz Marco Antonio Miranda Mendes que determinou o bloqueio do valor, efetivou a medida imediatamente. Por isso, os mais de R$ 2,6 milhões ainda estão indisponíveis para o hospital. O TRT ainda não informou o que poderá ser feito com o montante.
A Asmec não tem levantamento específico de todos os serviços e atendimentos suspensos e prejudicados durante a grave, mas afirma que existe reflexo. “Cirurgia pediátrica parou, ultrassom também só atende emergência. E no ambulatório não são marcadas novas cirurgias, por isso não temos como quantificar quantas deixaram de ser feitas”, explicou Alonso.

O hospital nega que haja prejuízos no atendimento. Mesmo assim a assessoria de imprensa informou que ontem, 22 pessoas deixam de ser atendidas no ambulatório, a maioria por conta de um profissional de urologia que não atuou. Outras duas cirurgias eletivas também foram desmarcadas no primeiro dia de manifestação dos médicos.

A assessoria de imprensa da Santa Casa informou ainda que os salários dos prestadores de serviços - PJ e autônomos - está dois meses em atraso, referente a outubro e novembro. A previsão do hospital é de que até quinta-feira (20), os pagamentos em atraso sejam regularizados, inclusive o 13° dos celetistas, já que ainda há repasses as serem feitos, inclusive do Governo do Estado.

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