Voz do MS

Justiça

Ação não foi de desocupação e sim preventiva, diz titular da Sejusp

Redação

[Via Correio do Estado]

O Secretaria Estatual da Justiça e Segurança Pública (Sejsup), Carlos Videira, disse que a ação das policiais Militar e Civil não foi para desocupar a fazenda Água Branca, em Aquidauana, onde estavam pelo menos 200 indígenas, e sim uma forma preventiva para outros crimes que poderiam ocorrer.

“Aquilo não foi uma ação de desocupação. Foi uma ação preventiva a outros crimes graves que poderiam acontecer. A polícia já agiu assim em Caarapó e evitamos um confronto ano passado em setembro agindo dessa forma com o número suficiente de policiais, para que nenhuma das partes envolvidas, proprietários e indígenas sintam-se com força o suficiente para cometer crime contra policiais, contra a população”, explicou Videira, sobre a ação do último dia 1.

Videira falou sobre o caso durante a entrega  de equipamentos para a Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac), na sede da Polícia Civil, no palácio Tiradentes, na região leste da Capital, nesta manhã.

Na ocasião, o grupo de indígenas da etnia Kinikinau chegou à fazenda pela madrugada daquele dia, alegando que eram os donos da terra, e solicitaram que o proprietário da fazenda e a esposa dele saíssem imediatamente. Em seguida, barracos foram montados na propriedade. No período da tarde, cerca de 80 policiais estiveram no local. Vídeos compartilhados nas redes socias mostram uma liderança com a cabeça ensanguentada e crianças chorando.

A Secretaria de Estado da Justiça e Segurança Pública (Sejusp) encaminhou equipes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e do Choque da Polícia Militar ao local para retirar os índios.

Integrantes da Fundação Nacional do Índio (Funai) ouvidas pelo Correio do Estado disseram que a ação foi feita sem nenhum tipo de negociação prévia com os indígenas, foi truculenta e sem diálogo.

Imagens divulgadas mostram indígenas machucados e crianças chorando, no entanto, conforme disse a Sejusp em nota, a ação ocorreu de forma pacífica e foram verificados crimes de ameaça, furto qualificado, danos e crimes ambientais, por isso o grande contingente policial na operação.

Ainda segundo a Sejusp, o foco das ações teria sido no sentido de combater delitos de competência da segurança pública e evitar confronto entre indígenas e produtores rurais e que as equipes permanecem no local para identificar e prender as pessoas que cometeram crimes.

Polícia Federal, responsável por ações em aldeias, informou que foi confirmado, junto à Fundação Nacional do Índio (Funai), que a área invadida não se trata de território indígena ou em litígio judicial.

O Ministério Público Federal divulgou no dia seguinte ao fato que abriria investigação sobre a atuação policial no episódio.

Comentários

Últimas notícias